quinta-feira, 26 de junho de 2008

Lançamento de 'Efeito Borboleta'


(clicar na imagem para aumentar)

Efeito Borboleta e outras histórias, um livro de contos curtos de José Mário Silva, editado pela Oficina do Livro, será lançado amanhã, sexta-feira, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa. António Mega Ferreira apresenta a obra.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ninguém vive sem Optimus


Eu precisei de uma segunda via do meu cartão Optimus e de um novo telemóvel. E tu, de que é que precisas? O modelo Samsung J200 tem videochamadas, para que possas ver com quem falas. O Nokia N95 tem mobile tv, para que possas asssitir às meias finais do Campeonato da Europa onde quer que estejas. O Motorola K 1 tem leitor de mp3, para que as tuas músicas preferidas te inspirem e te sigam como uma sombra. O Sony Ericsson K320i tem câmara fotográfica, para que as imagens dos rostos que amas não vivam apenas na tua memória. Porque ninguém vive sem palavras e sem emoções.


Optimus
Rua da Infantaria 16, 58 1350 Lisboa
Tlm: 932 880 150
Seg>Sex: 9h30 >14h e 15h >19h, Sáb: 9h30 >13h

Memória do telemóvel, do cartão ou do coração?

Deixei a minha vida no táxi, pensei e sorri de forma visível perante a indiferença da cidade apressada, enquanto apanhava outro táxi, mas não o meu telemóvel, de regresso a Campo de Ourique. Talvez seja um sinal para começar uma vida nova, apenas com os números que sei de cor (par coeur, dizem os franceses e não deve ser por acaso). 6 números que tocam o meu coração e que o meu coração toca com as pontas dos dedos, sempre que os escolho e organizo, sem hesitar.
Já na Optimus, eis o que se passou: Precisei de uma 2ª via (que a bem dizer já deve ser a quinta ou sexta) e tive-a em menos de 3 minutos. Comprei um novo telemóvel da marca antiga, na esperança de encontrar um menu parecido e recuperei os meus ouvidos. Fiquei automaticamente contactável, apesar de quase não poder contactar, mas eis que duas chamadas (de números que nunca saberia identificar) e outras tantas mensagens me fizeram acreditar que recuperei a voz e que finalmente a cidade apressada me ouviu e até falou comigo. E tomei uma decisão. É desta que vou escrever todos os números que recuperar com a minha mão esquerda na agenda preta. Mas não os vou decorar. O novo telemóvel que os guarde no seu coração mecânico, alfabético, ordenado e incapaz de lamentar uma perda.
Quanto aos 6 números que sei de cor, com receio de que algo falhe na memória do meu coração, decidi guardá-los disfarçadamente nas letras M, G, R, A, V e J. Não vá um dia deixar o meu coração num táxi.

Deixei a minha vida no táxi

Deixei a minha vida no táxi, gritei em surdina perante a indiferença da cidade apressada, enquanto os meus passos descompassados se afastavam cada vez mais do automóvel preto e verde, cada um de nós seguindo caminhos opostos na grande avenida. Deixei os meus contactos profissionais no táxi, gritei um pouco mais alto, na esperança de que a multidão anónima se comovesse mais com um desaire laboral do que com uma crise existencial, à medida que o ténue fio de esperança de recuperar o objecto que parecia materializar a minha vida se tornava invisível. Apetecia-me telefonar a alguém e dizer: "É como se me tivesse esquecido de um pulmão, de um pé ou de um pedaço de pele no banco de trás do táxi. E também de um fragmento do meu coração. Perdi as longas horas de conversas ao ouvido, as cicatrizes de pequenos e recorrentes acidentes domésticos, as sms que nunca tive coragem de apagar, a companhia silenciosa no bolso das calças de ganga, o despertador de todas as horas. E cada letra recordada por ordem não alfabética faz-me ver melhor tudo o que perdi. C de consultórios médicos. V de veterinários. G de gráficas, E o J, tantos nomes e números. Como apanhar um táxi sem o R de rádio táxis? E o Z de um velho professor e amigo? Cada letra (à excepção do K e do O) trazem novos indícios de perdas". Terminada esta chamada imaginária e logo que apanhei um telefone à mão, comecei a ligar para mim, como se fosse um outro e confesso que tive alguma dificuldade em alinhar à primeira e sem hesitações o meu número. Não atendi. Nunca atendi. O telemóvel perdido não podia ser uma parte de mim, conclui.

terça-feira, 24 de junho de 2008

A noite dança numa chávena de chá


O chá não tem a altivez do vinho, o individualismo consciente do café ou a inocência sorridente do cacau. No entanto, representa um universo misterioso, a que apetece acrescentar poesia. Para explicar a origem destas mágicas folhas, uma história Zen conta que um dia, meditando junto a uma árvore, Buda adormeceu vencido pelo cansaço. Retomando a consciência, cortou as suas pálpebras e atirou-as para longe, para impedir que a sonolência se apoderasse dele de novo durante a meditação. Lançadas ao solo, as pálpebras deram origem à planta do chá, que impede de adormecer. Na Confraria do Chá, a senha para entrar é “chá”. Aqui e de olhos bem abertos, pode descobrir o Chá da China, do Japão, da Índia, de África e ler nomes irresistíveis nos rótulos das grandes latas alinhadas nas prateleiras, como Dança da Noite, Sombra da Lua, Noite do Oriente, Jardim do Éden, Histórias de Encantar e Chá dos Deuses, todos eles vendidos com conta, peso e medida. Neste espaço encontra ainda todos os acessórios ligados ao culto do chá, como infusores, bules, chaleiras, chávenas e geleias de chá, que vão deixar os seus olhos em bico.


Confraria do Chá
Rua Coelho da Rocha, 99 A 1350 Lisboa
Tlm: 963 362 608
Seg > Sex: 9h > 13h e 14h >19h, Sáb: 9h > 14h

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O nosso menu & a sua vida


Já sabe o que vai escolher? Um batido de manga com uma fatia de bolo brigadeiro & um e-mail de amor no seu portátil? Um chá branco com canela e melão para dois, scones com compota & uma tarde de conversa com a sua maior amiga? Uma tosta com frango, banana e queijo, duas fatias de bolo de bolacha, três sumos naturais de kiwi, maçã e abacaxi & a revisão para o exame de matemática? Uma tosta mista de pão caseiro, um café Bonbom com leite condensado & a leitura de um romance? Uma Coca Cola Light com muito limão e algum gelo, duas sanduiches de atum & um encontro com alguém que faz parte do seu coração? Venha ao Cofffee & Tea combinar o menu exclusivo com a sua vida original e única.

Coffee & Tea
Rua Azedo Gneco, 74B 1350-039 Lisboa
Tlm: 918 484 276 / 964 561 085
Seg.> Sex: 8h > 21h, Sáb. e Feriados: 9h >19h

domingo, 22 de junho de 2008

Os dias têm grandes olhos redondos



Na Trempe, tal como no Alentejo, os dias têm grandes olhos redondos como pratos onde apetece experimentar, com todo o tempo do mundo, a ementa variada. Para começar, a saladinha de tomate picado com oregãos, o pão, o queijinho no forno com oregãos, o bacalhau grelhado, o caldo de cação, o cozido de grão, a perdiz estufada, o secreto de porco preto ou o entrecosto na grelha. Para terminar, a irresistível sericaia caseira ou o toucinho do céu, sempre acompanhados de excelentes vinhos da região e servidos com um sorriso no rosto.

A Trempe
Rua Coelho da Rocha, 11/13 1250 Lisboa
T. / F. 213 909 118
Seg > Sáb.: 8h > 24h

sábado, 21 de junho de 2008

Quem disse que Campo de Ourique tinha problemas de estacionamento?



Campo de Ourique é um bairro que tem um charme único e posiciona-se como um verdadeiro centro comercial ao ar livre, onde é cada vez mais atraente fazer compras, passear, viver ou trabalhar. O problema do estacionamento automóvel é uma realidade comum a todos os grandes centros urbanos e Campo de Ourique não podia ser excepção. Felizmente, o bairro dispõe de um amplo parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 470 lugares, propriedade da Emparque, mesmo junto à Igreja de Santo Condestável. Aberto 24 horas por dia e com acessos pela Igreja de Santo Condestável e pela Rua Saraiva de Carvalho, está sempre disposto a receber o seu automóvel de braços abertos. E ele não podia ficar em melhor companhia, já que no último piso, verdadeiras relíquias automóveis como Jaguares, Porsches e Ferraris pertencentes aos sócios do Grupo D. Elvira, descansam entre dois passeios. Se é morador do bairro, dispõe de avenças mensais diurnas, nocturnas ou de 24 horas. Se é visitante do bairro, pode estacionar aqui durante o tempo que precisar e percorrer a pé as ruas planas do bairro, sem preocupações com o estacionamento. E isto não é tudo. Numa iniciativa original e no âmbito do projecto europeu Mob Qua – Mobilité dans les Quartier – a Câmara Municipal de Lisboa, a Emparque e o Campo de Ourique Shopping editaram um mapa detalhado do bairro, com a indicação das quase 90 lojas que oferecem o estacionamento gratuito no parque aos seus clientes que fizerem compras num valor superior a 25 €. Da próxima vez que visitar Campo de Ourique, não se esqueça. Deixe o seu automóvel a descansar no parque e parta à descoberta das lojas do bairro. E se fizer compras, o mais provável é, à saída do parque, não pagar nada.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A melhor amiga para imitar.



Todas temos uma amiga que gostamos de imitar. A sua chama-se Maria Missanga e basta olhar para ela para saber o que está na moda. Este Verão, ela usa esvoaçantes vestidos com flores amarelas, rosa e azuis e muitas pulseiras coloridas a enfeitar os braços. Nos pés traz sandálias de cortiça azul pavão ou amarelo mostarda e na mão segura grandes malas em vinil e pequenos porta-moedas coloridos. Um caleidoscópio de cores em forma de colares e anéis enfeita o seu pescoço e as suas mãos. E porque a temperatura vai subir, o seu corpo começa a revelar-se com biquínis que levam as cores do paraíso para a praia. Se quer andar na moda, imite-a. Temos a certeza de que ela não se vai importar.

Maria Missanga
Rua da Infantaria 16, 58 B 1350 Lisboa
T. 212 434 520
Seg. a Sáb, 10h às 19h

O passado é um lugar (quase) perfeito.



Enquanto vive na nossa memória, uma música não passa de moda. O vinil dos Beach Boys é a banda sonora de umas férias inesquecíveis e a voz de Chico Buarque traz de volta um amor de Verão. Na Past Perfect, todas as músicas pertencem ao presente e podem ser ouvidas neste espaço especializado ou encontradas no site, entre os mais de 700 mil títulos importados on-line, do rock alternativo ou progressivo aos blues, do garage rock à música popular brasileira. E se procura com nostalgia uma música que marcou a sua vida, a Past Perfect encontra-a para si.

Past Perfect
Rua Sampaio Bruno, 39, 2º 1350-282 Lisboa
T: 213 870 035
www.pastperfect.com.pt
Seg>Seg:10h> 13h e 14h30>19h, Sáb:10h30 >12h

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Afinal, de que tamanho é o peixe que o pai pescou?


Quem quer provar o soufflé de peixe da mãe ponha o dedo no ar. Na Geneviève Lethu os pratos azuis turquesa e as travessas em forma de peixe cheiram a mar e inspiram uma refeição em família. O serviço Pasyphaé em tons de verde ou azuis é a prova de que o paraíso existe. O exotismo da vida selvagem cabe numa cesta de piquenique e os coloridos copos de batidos e gelados aumentam com os risos à beira da piscina. As toalhas suaves parecem nuvens distraídas e o Verão desenrola-se à mesa, com os coloridos guardanapos e a luz do sol que imita uma laranja por descascar.

Geneviève Lethu
Rua 4 de Infantaria, 20C 1350-272 Lisboa
T: 213 869 060
Seg > Sáb, 10h > 19h30

sábado, 14 de junho de 2008

A matéria dos sonhos



O que sonhas de olhos abertos? Queres ser princesa de um reino mágico onde as paredes inventam enormes flores rosa e as cadeiras têm coroas? Gostavas de ser astronauta para conquistar o teu espaço e ter foguetões puxadores mesmo ao alcance da mão? Imaginas-te um marinheiro embalado por aventuras num édredon azul, enquanto o farol do candeeiro indica o caminho? Durante o dia, os quartos da Cristiana Resina são a materialização dos sonhos dos mais pequenos. Até que a noite entra, sem pedir licença. E aí, apetece tirar uma estrela do céu e escondê-la na gaveta dos brinquedos debaixo da cama, para iluminar os sonhos do dia seguinte.

Cristiana Resina
Rua Saraiva de Carvalho, 32B 1250-244 Lisboa
www.cristianaresina.com
T. 213 950 319 Tlm. 917 424 801
Ter>Sex: 10h>13h30 e 14h30>19h, Sáb:10h>13h30

"As ruas sem o seu vestido ficam nuas."


Terão sido as roupas da Simple que inspiraram o carioca Chico Buarque a cantar: “as ruas sem o seu vestido ficam nuas”? Todas as peças desta loja novinha em folha falam brasileiro e pertencem a marcas conceituadas que desfilam no Fashion Rio. E porque as temperaturas altas pedem tons quentes e luminosos, a loja vestiu-se com túnicas com cores tropicais, vestidos de padrões geométricos, calções minimais e saias extravagantes. Tudo para que se transforme numa verdadeira garota de Ipanema nas ruas da cidade. E se é homem, não fique com inveja: a Simple já tem um pequeno espaço com
t-shirts, calças de ganga, bonés e calções de banho dedicado a si.

Simple
Rua Tomás da Anunciação, 60 1350-328 Lisboa
Tlm: 965 277 277
Seg > Sex: 10h >14h 30, 15h30 >19h, Sáb:10h > 14h

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Nascido a 13 de Junho



Não raras vezes, as hipóteses mais fantásticas nascem de uma pergunta simples, quase infantil: o que aconteceria se...? E como somente aos poetas todas as coisas parecem acontecer, apetece perguntar: o que aconteceria se Fernando Pessoa, o mais famoso morador do bairro, vivesse hoje em Campo de Ourique? Entre a irrealidade da sua vida quotidiana e a realidade das suas ficções, onde o levariam os seus passos? Que espaços frequentaria? A esplanada do Canas seria o cenário perfeito para escrever uma carta de amor a Ofélia, entre uma bica e um folhado? Faria uma paragem na agência de viagens Paragens, para comprar um bilhete de avião para visitar o seu amigo Mário de Sá-Carneiro em Paris? Passaria pelo Pereira’s para escolher uma gabardine preta exactamente igual à última? Encomendaria na Livraria Ler ao livreiro Luís Alves as obras “Máximas e Reflexões Morais” de La Rochefoucauld e “A Lisboa de Fernando Pessoa”, de Marina Tavares Dias?
Enquanto estivesse a fazer a barba no Costa Cabeleireiros, pediria a Álvaro de Campos que procurasse as “Folhas de Erva” de Walt Whitman na Bulhosa? Entraria no João Lopes Iluminação para comprar um candeeiro de design minimal para iluminar a sua mesa de trabalho, enquanto o futurista Álvaro de Campos se deslumbraria com o último modelo de portáteis na Selec? Ricardo Reis, o epicurista triste, iria consertar o seu relógio de bolso no Lugar do Tempo? O bucólico Alberto Caeiro falaria com as árvores e os melros do Jardim da Parada, aguardando a chegada de Bernardo Soares já com um Moleskine comprado na Oficina do Papel no bolso? Compraria o indispensável tabaco e o jornal do dia no Sonho da Teresa e faria um exame oftalmológico na Multiópticas, para escolher novas lentes com que olhar o mundo? Atravessaria a Rua Coelho da Rocha para entrar no Raio de Sol, a loja de produtos esotéricos onde poderia alimentar o seu gosto pelas ciências ocultas e horóscopos? Ao cair da noite, marcaria um jantar solitário na familiar Trempe, para saborear secretos de lombo de porco preto na companhia de vinho tinto?
Tantas perguntas sem resposta. Falta apenas uma: e se o poeta estivesse neste momento a responder-lhes em silêncio, no quadro de Almada Negreiros que habita as paredes da sua casa transformada em museu?