sexta-feira, 14 de março de 2008
Quem Pássaros Receia, Milho Não Semeia
Quem Pássaros Receia, Milho Não Semeia, 2007
(Milho, pipocas, corante alimentar, sementes, arroz)
C-print, 40x60 cm, Ed. 3 + 1 PA
Dalila Gonçalves
Tempus Fugit
12 Março – 19 Abril
Visita orientada pela artista Sábado 5 de Abril às 17h
Tempus Fugit é a primeira exposição individual de Dalila Gonçalves (Castelo de Paiva, 1982, licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes do Porto em 2005, começou a exibir o seu trabalho em 2002 e desde então tem participado em numerosas exposições colectivas) que propõe a estruturação de dois núcleos de trabalho. A mostra de um núcleo de fotografias constitui uma reunião de registos essenciais no acompanhamento do processo de criação das intervenções realizadas recentemente em espaços públicos. Através destes registos, torna-se possível construir uma linha de memórias indispensáveis ao entendimento real das intervenções, permitindo que permaneçam como testemunhos únicos de momentos que ficaram retidos no manifesto da acção.
Num outro núcleo, a exposição de desenhos ganha contornos muito precisos de um trabalho directo executado pela artista; trata-se de uma série de desenhos em tinta-da-china inscritos num movimento de autonomia plástica que, muito embora, não quebrem com as premissas conceptuais delineadas no universo da intervenção. Tal como pequenas janelas de intersecção sobre um filme, estes desenhos são, num diálogo algo sublime entre a utopia e a realidade, perspectivas momentâneas e pontuais de um movimento que, contínuo ou descontínuo, se desenvolve procurando a ligação cíclica entre edificação e desmoronamento.
Dalila Gonçalves tem estabelecido para o seu trabalho uma linha de pesquisa que assenta, em larga escala, na pertinência da memória e, neste sentido, na valorização que ela assume dentro de todo um processo narrativo. A fotografia (e o desenho) é tomada como instrumento de registo que o vai assinalando desde a concepção, passando pela construção, por estados de alteração até à conclusão. Ironicamente, a fantasmagoria de um momento efémero fica suspensa na visibilidade objectiva de uma imagem. O momento passa e fica a possibilidade de o recordar. E é nesta flexibilidade da memória que por um lado se fixa mas que, por outro, facilmente circula veiculada numa imagem, que se estrutura um jogo de contradições deveras pertinente para este trabalho. Partindo da discussão de Alexandre Herculano sobre os monumentos, Dalila Gonçalves explora continuamente a ideia de que um monumento, outrora entendido com outras conformidades e resistências, é sobretudo um significante de memória e, por conseguinte, a imagem pode na contemporaneidade ser percepcionada como tal.
Caroline Pagès Gallery
Rua Tenente Ferreira Durão, 12 – 1º Dto.
1350-315 Lisboa
Tel. 21 387 33 76 / Tm. 91 679 56 97
gallery@carolinepages.com www.carolinepages.com
De 2ª a 4, das 12h às 17h, 5ª e 6ª, das 12h às 20h, Sábados das 15h às 20h e por marcação.
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