sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O bairro que é uma cidade

É o bairro que nos habita ou somos nós que o habitamos? Neste bairro que é uma cidade em todos os sentidos, a rua principal é sempre ao virar da esquina. Em Campo de Ourique há 1,63 km2 de compras que dão vontade de inventar pés e partir à descoberta das lojas onde o Inverno se veste, almoça, compra livros, toma café, decora a casa e sonha. Os presentes originais fazem o coração flutuar e os embrulhos têm a forma de um abraço. Nas casas com cachet, que as imobiliárias do bairro conhecem como ninguém, a luz bate à porta. No Jardim da Parada apetece falar com as árvores centenárias e explicar-lhes que as pessoas também têm raízes. No parque infantil o vento sacode o riso das crianças entre as árvores que sossegam a pressa da cidade. As livrarias convidam a passear entre as estantes e conversar com os escritores e com os livros, esquecendo o mundo lá fora. Uma mão cheia de galerias de arte contemporânea desafia o olhar subjectivo. As esquinas do bairro marcam os mais imprevisíveis encontros e a única idade das ruas é o agora. Nos cafés e esplanadas, os poemas e conversas, e-mails e chats acabam em segredo. Neste bairro embrulhado em papel pelo Campo de Ourique Shopping, as 588 moradas úteis revelam espaços que assim abandonam a sua transparência e dão um sentido especial à vida.

As setas que indicam por onde ir também acertam no coração. Por onde vamos? Apetece não acrescentar a última frase e deixar outras mãos escrevê-la.


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